03/01/2012 ZH
Levantamento mostra que primeiro escalão do Piratini contou com socorro do governo federal para tocar projetos em 2011Num ano de escassez de recursos, secretarias de Estado apostaram em projetos que poderiam deslanchar sem a necessidade de grandes aportes do Tesouro gaúcho ou que contariam com apoio federal. Entre as principais realizações elencadas por secretários, estão o início das operações da hidrovia Porto Alegre-Guaíba e a conclusão de acessos municipais – ações iniciadas na gestão passada.
Em entrevista no dia 12 de dezembro, o governador Tarso Genro afirmou que a marca do primeiro ano de mandato “é a ausência de marca”. Nas últimas duas semanas, ZH entrou em contato com os titulares das pastas de maior verba orçamentária em 2011 para que listassem os principais resultados de suas secretarias. O retrato desse levantamento mostra o destaque de programas pontuais, como o Fornecer (focado em presídios), e de ações promovidas com ajuda federal.
Entre eles, estão a recuperação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs), que recebeu R$ 102 milhões, e a superação da crise do arroz, possibilitada pela liberação de R$ 1,1 bilhão. Os resultados, apesar de evidenciar as dificuldades financeiras do Estado, são comemorados pelo governo por pelo menos um motivo: seriam a prova da retomada das relações com o governo federal.
A oposição afirma que a gestão está muito aquém das expectativas.
– Já se foram 25% do mandato, e não se pode dizer que o Rio Grande do Sul tem sido protagonista, como incutiram na cabeça das pessoas durante a campanha eleitoral – critica o líder da bancada do PMDB na Assembleia, Giovani Feltes.
Apesar do otimismo do Piratini para 2012, especialistas em contas públicas questionam o orçamento e preveem um ano de contingências. Economistas projetam um déficit de R$ 1,3 bilhão. Além disso, os mais pessimistas lembram que já virou rotina o descumprimento de orçamentos – em 2010, por exemplo, o Executivo previu R$ 1,776 bilhão em investimentos, mas até outubro apenas 37% do valor estimado havia saído do papel.
As previsões são contestadas pelo governo – para o qual o déficit não passará de R$ 450 milhões. Titular da Fazenda, Odir Tonollier destacou, entre suas realizações, o aumento da arrecadação em R$ 500 milhões em 2011. A intenção é seguir nesse rumo.
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JULIANA BUBLITZ