15/12/2011 ZH
Novo departamento terá a missão de descobrir irregularidades no momento em que ocorremSete policiais civis e três militares, além de um delegado como diretor, formarão a patrulha anticorrupção de Tarso Genro. Batizado de Departamento Estadual de Gestão do Conhecimento para Prevenção e Repressão à Corrupção (Degecor), o novo órgão será lançado amanhã à tarde pelo governador.
O objetivo será coibir eventuais atos contra a máquina pública, além de facilitar as apurações da Polícia Civil e do Ministério Público.
– A corrupção não é um problema das instituições. É um problema do homem, no mundo inteiro. E é preciso se organizar de forma mais consistente para que ela seja combatida e prevenida – diz o delegado Jerônimo José Pereira, atual diretor do Departamento de Inteligência da Segurança Pública e futuro diretor do Degecor.
Segundo ele, o novo órgão vai trabalhar para que “os crimes sejam desvendados, a prova seja constituída e o autor seja punido”. Ou seja: membros da própria polícia, que já conhecem as informações necessárias para um inquérito, estarão focados em buscar dados para subsidiar futuras investigações. Hoje, até chegar na polícia, o processo passa por instâncias administrativas, como a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage).
O delegado Jerônimo afirma que, no Degecor, não haverá competência para solicitar quebra de sigilo telefônico ou buscas e apreensões:
– A ideia é facilitar a fundamentação das denúncias, para que se tornem mais ágeis e rápidas.
Segundo a subchefe de Ética e Transparência da Casa Civil, Juliana Foernges, o departamento atuará em parceria com órgãos de controle interno e de apurações administrativas, entre eles a própria Cage. Softwares de cruzamento de banco de dados estarão à disposição do Degecor: o intuito é captar irregularidades em licitações, servidores que recebem por mais de um órgão, fiscais que eventualmente aceitam subornos.
Às 14h30min de amanhã, no Palácio Piratini, a solenidade contará com a assinatura do Pacto Republicano de Promoção dos Direitos Humanos e Enfrentamento à Corrupção.
PAULO GERMANOComo funcionará
ONDE FICARÁ O DEPARTAMENTO ANTICORRUPÇÃO?
- A equipe de 11 pessoas – que deve ser ampliada após a implementação do órgão – ficará instalada na Secretaria da Segurança Pública, situada na Rua Voluntários da Pátria, 1.358, em Porto Alegre.
POR QUE A EQUIPE É FORMADA POR POLICIAIS?
- São agentes que hoje trabalham no Departamento de Inteligência da Segurança Pública. Portanto, são considerados especialistas em apurações. Além disso, sabem quais são as necessidades da polícia para futuros inquéritos contra corruptos.
A EQUIPE PODE MUDAR COM O TEMPO?
- Sim, a ideia é incluir mais cinco ou seis pessoas, nenhuma delas ligada à polícia. Seriam auditores e fiscais do Estado, com experiência em processos administrativos. Depois da fase de implementação do departamento, que deve levar três meses, a equipe será reavaliada.
ESSE DEPARTAMENTO TEM PODER DE POLÍCIA?
- Embora seja formado por policiais, não tem os mesmos poderes. Segundo o delegado Jerônimo, o órgão vai apenas facilitar o fornecimento de informações a órgãos responsáveis pela investigação, como Polícia Civil e MP. Não há poder para escutas telefônicas ou pedidos de busca e apreensão.