21/11/2011 ZH
Entidade questiona gestão privada das contribuições dos trabalhadoresPara aprovar o fundo de pensão complementar dos servidores, o governo terá de enfrentar a resistência de aliados históricos. Centrais sindicais, entidades de classe e até mesmo parlamentares do PT são contra a mudança nas regras de aposentadoria do funcionalismo federal.
Diante das críticas ao projeto em tramitação na Câmara, o Planalto pretende organizar reuniões com os parlamentares da base governista. O objetivo é discutir cada detalhe da proposta, para convencê-los da insolvência da previdência caso o atual sistema seja mantido. Estão envolvidos nessa negociação os ministérios das Relações Institucionais, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Previdência. Líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) admite as dificuldades, mas diz estar otimista.
– A lei não mexe em direitos adquiridos. Temos condições de fechar um acordo e votar o projeto ainda esse ano – afirma o parlamentar.
As centrais sindicais têm pressionado os deputados a adiar a votação. Como o projeto ainda precisa passar por três comissões antes de chegar a plenário, os sindicalistas acreditam que conseguem evitar a aprovação este ano. Representando 770 mil servidores, os dirigentes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) reclamam da equiparação dos funcionários públicos aos trabalhadores da iniciativa privada.
– Não se pode tratar de forma igual os diferentes. Nós não temos FGTS – diz Sérgio Ronaldo, secretário de comunicação da Condsef.
Para a CUT, o texto apresentado pelo governo não dá segurança aos servidores. Diretor-executivo e coordenador de setor público da central, Pedro Armengol reclama da gestão privada dos recursos, que ficará a cargo de instituições financeiras, e da falta de clareza na fixação do valor dos benefícios.
– Os servidores sabem quanto vão pagar, mas não sabem quanto vão receber – diz Armengol.