04/11/2011 ZH
Medidas tentam aplacar ânimos da categoria que ficou indignada com comentário de secretárioDepois das críticas ao secretário da Segurança Pública, Airton Michels, feitas por delegados da Polícia Civil no Facebook na terça-feira, o governo do Estado deve anunciar hoje uma proposta salarial para a categoria e uma alternativa às diárias. Uma das ideias é a contratação de uma empresa de turismo para cuidar da hospedagem desses policiais durante a Operação Verão no litoral.
As medidas tentam aplacar os ânimos da categoria que se mostrou indignada com declarações feitas por Michels em um encontro com diretores da corporação na segunda-feira.
Apesar de Michels ter dito que suas declarações foram distorcidas, o mal-estar levou a dezenas de comentários na rede social na terça-feira. E foi sob efeito do clima belicoso que se realizou a reunião dele e do chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, com o presidente da Associação de Delegados, Wilson Müller, ontem no Palácio Piratini.
Do encontro surgiu a promessa de que Michels apresentaria um índice de reajuste que atenderia em parte o desejo dos delegados de terem seus salários duplicados. Hoje, eles ganham inicialmente cerca de R$ 7 mil, alcançando assim a isonomia salarial com os procuradores do Estado.
– Ficamos satisfeitos com o aceno. Não temos parte nessa confusão de Facebook. Nosso encontro já estava agendado antes – disse Müller.
Contratação de operadora de turismo encontra restrições
A reunião também serviu para o governo adiantar que pretende propor um solução paliativa às diárias consideradas baixas pelos delegados – eles recebem R$ 72 por dia trabalhado fora de sua área. A proposta acabou sendo anunciada na mesma semana em que Michels declarou que amigos seus que trabalham na polícia costumam alugar casas em grupo “para lá da Paraguassu”. A frase foi entendida como uma sugestão aos delegados.
A ideia do governo é contratar uma operadora de turismo que ficaria responsável pelas acomodações dos policiais. A proposta já encontra restrições de delegados que acreditam que muitos não aceitarão o trabalho na praia para não ficarem longe da família.
francisco.amorim@zerohora.com.br