21/06/2011 CORREIO DOM POVO
O governador Tarso Genro anunciou ontem que convocará uma reunião especial do Secretariado, em no máximo dez dias, para explicitar a situação financeira do Estado e definir os projetos prioritários que receberão recursos orçamentários entre julho de 2011 e 2012. "Vamos apresentar a anatomia completa da situação financeira do Rio Grande do Sul. Vamos deixar bem claro para cada secretário quais são os projetos prioritários e para os quais não faltarão recursos", avisou Tarso. Ele descartou a possibilidade de ser anunciado o agravo das condições das contas estaduais. "Sempre soubemos que a situação é difícil, mas governável", disse Tarso.
Integrantes do núcleo de governo afirmam que os projetos prioritários serão aqueles que respeitam o princípio da transversalidade, quesito que enfraquece as iniciativas individuais dos secretários. Devem receber recursos as políticas vinculadas a infraestrutura, saneamento, combate à miséria, segurança, educação e ciência e tecnologia.
Antes da explanação do cenário, os titulares da Casa Civil, Carlos Pestana, da Fazenda, Odir Tonollier, do Planejamento, João Mota, e da Secretaria-Geral, Estilac Xavier, integrantes da chamada Junta Financeira, irão se reunir para debater os últimos detalhes do levantamento. "É óbvio que temos dificuldades que demandam certo contingenciamento, mas vamos construir todo o cenário para justificar os critérios de escolha dos projetos prioritários", afirmou Pestana, argumentando a decisão do Piratini de estabelecer prioridades. "O cobertor é curto. Não temos como fazer tudo aquilo que é solicitado", alegou.
Pestana disse que o governo revisou a previsão de déficit para 2011, que inicialmente era de R$ 550 milhões. "Agregamos algumas coisas, como o aumento ao magistério e outras concessões. Sem a adoção de ações, chegaríamos a R$ 1 bilhão. Mas o valor deve ficar entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões", disse.