03/12/2018 Correio do Povo - Coluna Taline Oppitz
C om o retorno do governador eleito Eduardo Leite (PSDB) ao país, serão intensificadas as articulações em torno do primeiro teste da gestão do tucano no plenário da Assembleia. O ponto principal das negociações éoprojeto de manutenção das alíquotas do ICMS. A proposta, apresentada em regime de urgência, passa a trancar a pauta a partir do dia 12, uma quarta-feira. Deve ser votada, portanto, na terça-feira seguinte, dia 18. Na mesma data, devem ser apreciados os projetos cujas análises vêm sendo sucessivamente adiadas, de reposições inflacionárias de 5,58% para os servidores do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e do próprio Legislativo. Os servidores do Executivo estão excluídos da iniciativa, o que amplia a tensão política e as cobranças em torno do caso. O impacto anual é superior a R$ 160 milhões. Paralelamente, irão avançar algumas articulações, visando à composição do primeiro escalão do governo, mas na área de quotas pessoais. Até agora, apenas um nome foi confirmado, o do futuro secretário da Fazenda, Marco Aurélio Santos Cardoso. As demais confirmações apenas irão avançar após o dia 18, não por acaso, como já foi antecipado pela coluna. A decisão de Leite, de priorizar as negociação em torno do ICMS, não se dá apenas em função dos reflexos financeiros da proposta, mas é politicamente estratégica na composição do governo. A análise da fidelidade na posição de partidos e parlamentares no plenário da Assembleia durante a votação da proposta de manutenção das alíquotas do ICMS por mais dois anos será um dos componentes decisivos às confirmações para o secretariado e para cargos estratégicos da administração indireta.