Notícias
05/12/2018 Correio Do Povo
Sistema de saúde reflete efeitos da crise
Desafios financeiros e dificuldades na gestão afetam atendimento a pacientes em diversos hospitais no Estado
O s hospitais de Porto Alegre que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já começaram a sentir os efeitos da crise que atinge as instituições de saúde da Região Metropolitana e do interior do Estado. O atraso no repasse de recursos estaduais para os municípios e consequentemente para os hospitais ocasionou a redução, a suspensão e a paralisação dos serviços de saúde em algumas cidades gaúchas, levando o atendimento da população ao colapso sanitário. Um dos locais em que já ocorreu um aumento de 10% na movimentação foi o Hospital Conceição, na zona Norte da cidade. Ontem pela manhã, a emergência do hospital estava com 106 pacientes hospitalizados. A unidade está em restrição máxima, atendendo apenas pacientes com risco de morte. Já o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um dos mais procurados pela população, atendia ontem 115 pacientes adultos. A emergência do hospital possui 41 leitos. Mesmo com o número elevado de doentes, a administração do hospital informou que, por enquanto, não está sentindo os reflexos da crise pela qual passam os hospitais gaúchos. No setor infantil, seis crianças estavam em atendimento em nove leitos na manhã de terça-feira. No Complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, no caso o Hospital Santa Clara, que atende pelo SUS, a administração informou que o atendimento segue normal e não há um aumento no número de pacientes até o momento.
O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS) destacou que o atraso no repasse de recursos do governo do Estado para os municípios gira em torno de R$ 660 milhões e de R$ 459 milhões para os hospitais, o que resultou na redução, na suspensão e na paralisação dos serviços nas cidades gaúchas. “A situação ficou pior com a saída do programa Mais Médicos, muitas unidades de saúde estão sendo fechadas e os pacientes passaram a procurar o pronto-atendimento, que por sua vez, se sobrecarrega e desorganiza todo o sistema levando a saúde ao colapso”, ressaltou o presidente do Cosems/RS, Diego Espíndola. Um levantamento do conselho aponta que os hospitais localizados na Região Metropolitana e em outras cidades do Estado já reduziram o atendimento como é o caso dos hospitais de Montenegro, de Osório, Nossa Senhora das Graças de Canoas, HPS de Canoas, Universitário de Canoas, Santa Casa de Uruguaiana, Santa Casa de Rio Grande, e os hospitais de Camaquã e Sapucaia do Sul.