05/12/2018 Correio do Povo - Coluna Taline Oppitz
O governador eleito Eduardo Leite (PSDB) realizou mais uma série de rodadas de conversas com bancadas na Assembleia Legislativa em busca do apoio à aprovação do projeto de manutenção das alíquotas do ICMS. Os encontros ocorreram com partidos da base tucana, caso da bancada do PP, e também com a oposição, caso do PT, partido com maior representação na Casa, com 11 parlamentares. Foi o segundo encontro do tucano com os deputados petistas, que fizeram exigências para garantir votos a favor da matéria. Entre elas, o pagamento em dia da folha salarial do funcionalismo do Executivo e dos repasses para a área da saúde. Para o ex-governador Tarso Genro (PT), no entanto, seu partido foi tímido nas exigências. Entre os pontos mencionados por Tarso, está o reconhecimento da falta de recursos e, portanto, da necessidade de ampliação do período de manutenção da majoração das alíquotas do ICMS por oito anos ao invés de dois anos, como estabelece a proposta de Leite. “O PT deveria ser mais exigente e propor, por exemplo, que o aumento não fosse somente por dois anos, mas por oito anos. Porque o próximo governo que virá vai enfrentar os mesmos problemas, mas, se estes problemas forem resolvidos, o próximo governador poderá revogar este aumento”, defendeu o ex-governador petista, em entrevista ao programa “Esfera Pública”, da Rádio Guaíba. Considerando o cenário atual e a movimentação dos deputados, Leite deve aprovar a continuidade do aumento do ICMS. Mais do que isto. Deve garantir um placar com margem em plenário, inclusive com os votos da bancada do PT, que tradicionalmente fecha questão. Para isto, apesar das reivindicações, bastará que apresente cronograma com as previsões de retomada do pagamento da folha em dia, por exemplo. A aprovação, com apoio inclusive de partidos da oposição, representará simbolicamente, no terreno político, um bom começo para a administração tucana. Mas, obviamente, elevará as cobranças.